terça-feira, 2 de setembro de 2008

SECOND LIFE: A TERRA PROMETIDA OU ESQUIZOFRENIA COLETIVA?


Primeiramento gostaria de agradecer o espaço cedido pelo amigo gustavo para publicar o que penso e me desculpar pelos eventuais trastornso causados por tal ato... hehehe. pensei em escrever algo sobre politica mas no momento é um assunto tão estressante que resolvi me aproveitar dessa deixa surrealista para falar sobre um topico que discuti recentemente.

Há quem diga que o mundo virtual é a evolução humana, e que a tecnologia atual supera o desenvolvimento causado pela nossa amada revolução industrial. Penso que essa droga, e digo droga no sentido literal, não passa de doença mascarada, escapismo permissivo, droga, eu digo droga!

Peguei-me hoje mesmo debatendo ferozmente com uma amiga universitária de administração, sobre um projeto chamado “second life”. A princípio não chegamos a conclusão alguma sobre o que seria esse tal, me prendi a idéia de que fosse um jogo, justificando, pois, que tal projeto tem como fundamento um crescimento pessoal (ainda que virtual), sobretudo financeiro, em troca o que se ganha é a possibilidade de se fazer tudo aquilo que se quer fazer nesse mundo real e não se pode (flertar com belas garotas, voar, ter dinheiro), ou seja, há o fundamento de ganha e perda, princípios fundamentais ao jogo. Obviamente minha amiga descordou dizendo que é muito mais que isso, são possibilidades ilimitadas, uma plataforma que se aproxima das de jogos, mas com finalidade de relacionamento entre outras coisas que realmente me persuadiram.

Tenho essa estranha mania de analisar tudo, confesso que isso não é legal, mas o fato é que no século XVIII os Românticos se utilizaram de uma ferramenta muito próxima para efetuar a fuga de uma realidade tão amarga, o nome dessa ferramenta era ópio. Voltando um pouco na história, nossas grandes civilizações, sobretudo a grega, apostou no escapismo através do conhecimento, tudo questionar, tudo explicar, tudo teorizar, nada em vão, mas nenhum conhecimento foi suficiente para suprir essa esfomeada angustia humana.

O inicio da humanidade tem varias versões, e eu sempre opto por tentar unir todas, execrando suas inconsistências, improbabilidades e subversões. Podemos dizer que o mundo teve um inicio, não sabemos ao certo como, mas o homem de alguma forma evoluiu cognitivamente. O fato de adquirir conhecimento seja através do fruto da sabedoria do éden, seja através de evolução seletiva, iluminou a consciência humana para a efemeridade das coisas, e o homem enfim se deu conta de que o tempo não passa, nos sim passamos (ouvi isso em algum lugar), e como é angustiante para nós, imperadores desse mundo, podermos controlar tudo, menos a nos mesmos. Assim criamos deus. Não digo que este não exista, aliás, a partir do momento que algo e substantivado e devidamente nomeado, passa a fazer parte do mundo das coisas, ou seja, existe, mas reformamos e deformamos esse deus a mercê de nossas necessidades com o passar dos anos, e criamos logo vários um para cada angustia, um para cada desejo, mas os desejos sao infinitos, insaciaveis, e deus fora sim e é uma forma de escapismo, tanto quanto ópio, tanto quanto o subjugado conhecimento.Mas afinal, quem precisa de deus se criamos o second life? Qual a necessidade de um mundo virtual se criamos um deus?

19 comentários:

Unknown disse...

uau...

retomando as vértebras: eu sou uma viciada em "the sims" exatamente porque lá vivo uma (não-)realidade virtual interessante. Apesar de sugerir uma simulação, jogo "the sims" com um personagem bem aparentado, que não trabalha e que ganha dinheiro apertando Ctrl+Shift+C e digitando códigos. Taí a esquizofrenia. E é mesmo uma fuga, mas não só isso. Todas as formas de máscaras são, sejam elas artísticas ou camuflatórias, todas são fugas e um convite ao novo mundo. Novo mundo esse que, bom ou ruim, ameaça a realidade em suas origens.

Enquanto lia me recordeu de um post do amigo Felipe, do http://mardrosas.blogspot.com que escreveu um post falando exatamente da evolução e que ao final mostra um vídeo chamado "Prometeus", que "prevê" as possíveis dimensões da evolução decorrente. E é claro, fala também da evolução da realidade virtual.

E p'ra constar, parabéns pela escolha, gustavo.

Unknown disse...

ah, claro. o link do post:

http://mardrosas.blogspot.com/2008/07/mdia-grtis.html

Luciene de Morais disse...

Concordo com você!! A realidade virtual é uma droga sim.
Tem todas as suas vantagens e possibilidades, não deve ser descartada nunca. Mas de maneira nenhuma substitui a vida real... somos animais, lembram? Racionais, mas com os cinco sentidos...
Falta o corpo, no virtual, a materialização.
Inteligente você!
Beijos

Gustavo Ruzene disse...

ah...para falar a verdade...jogar
isso tudo no mundo virtual... escapar para la...parece ser algo que limita tanto uma pessoa...a criatividade...expressao...diversas carcateristicas...tem diversos outros modos de "fugir da realidade"... pois eu acredito que viver a realidade é beeeeem incerto... nao tem como saber o que é real e o que nao é...
entao...por que viver como se fosse um martirio? é tudo questao de um ponto de vista... como eu disse ja a uma amiga..."transforme hitler em um heroi...e vai entender do que estou falando"...
ver alem...ultrapassar o obvio...inutiliza qualquer objeto com funçao tao tosca...
acho que depois que perder essa dependencia...ai sim poderemos entender melhor o mundo virtual...
que tem inumeras vantagens...como um "ensaio para a vida"? pode ser...onde voce pode morrer e renascer...etc...etc...etc...

eu sabia que tinha acertado na escolha!

Unknown disse...

entao luciene, posso lhe chamar de lu neh? eu considerei "sim" o fato do homem ser um animal, sobretudo o fato dos desejos serem inerentes as percepções,mas a cada novo avanço a tecnologia tenta suprir tais funçoes biologicas,acredito mesmo que em muito pouco tempo viveremos o propio matrix... a ideia do mundo das ideias e bem antiga, socratica, mas ninguem imaginaria naquela epoca que as coisas do mundo que iriam para o mundo das ideias e nao soh o caminho primario!

gostaria de agradecer pelas criticas, eu vo ao maximo ter tempo para debater as ideias que surjam aqui.

Gustavo Ruzene disse...

"acredito mesmo que em muito pouco tempo viveremos o propio matrix..."

espero que sim!
porque pelo visto que esta acontecendo...a unica coisa que vai nos sobrar sera um mundo assim...o real nao dura muito!

fim do comentario aleatorio!
kopapkoakpoakpokoakoakpoapko

Acantha disse...

foda!!!! ótima escolha gu!!!

Luciene de Morais disse...

Ainda acho REAL o que faz inscrição no corpo... beijos.

Unknown disse...

alguns sentimentos, sobretudo o famigerado amor, nao fazem inscriçoes no corpo, nao parte dos sentidos, e muitos consideram real! ^^

Luciene de Morais disse...

Ahhhhhhh, você deve estar falando do amor universal, não é?
Porque o amor, o sentimento mesmo, entre um homem e uma mulher não se sustenta só no idílico. Se sustentar... é doença.

Gustavo Ruzene disse...

mas a linha que distingue o "amor" da "doença"...
é a mesma que distingue a "genialidade" e a "loucura"...
depende do ponto de vista...
é muito relativo e pessoal...

e eu sou a prova viva que o amor...
pode surgir de um mundo "imaginario"...
o que quero dizer com isso...
é justamente que nao existe uma linha exata que separa a realidade do "mundo eletronico"(ou qualquer outro)...se os sentimentos...marcas...migram de um para outro...significa que a unica coisa que pode ser considerada real...é o nosso sentimento...o resto...é tudo questao de ponto de vista...
é tudo coisa da sua cabeça!
rá!

Unknown disse...

como vimos ate agora, a realidade pode muito bem ser reproduzida, ate mesmo criada, a unica coisa humanamente real são os desejos, o resto criamos para distrai-los ou satisfaze los.

Luciene de Morais disse...

Hello!! Demorei, mas voltei!
Os desejos humanos são apenas fantasias, quando não se concretizam...
Imagine (bem simples) desejar ir à praia: no virtual você pode ver, talvez até ouvir... mas nada se compara ao sol na pele, ao vento na cara, à água no corpo. Sentir... no corpo. Isso é concreto e real.
Quanto ao amor, se não se concretiza, fica no campo da fantasia.
É realidade um amor que se "sente no fundo do peito" e não move à atitudes? Ainda que aghape, filial, paternal ou à humanidade?
Se for entre homem-mulher, então...
Não sei quanto à vocês, mas pessoalmente abdico dos amores platônicos, as fantasias.
Só quero o amor real, na presença, o sentimento COM o carinho, a atenção, a companhia, cheio de cheiro, gosto, toque, pele, abraços... ao vivo e à cores. O desejo concretizado.

Unknown disse...

nem sempre o desejo precisa ser concretizado para ser satisfeito!

Luciene de Morais disse...

Uiaaa!!!! Eu não sinto isso!
Pra mim, um desejo nunca é satisfeito se não concretizado.
Temos opiniões diferentes, bjus

Unknown disse...

acho msm que os desejos nunca sao satisfeitos... uhauhauhauha

Luciene de Morais disse...

Bem, às vezes sim, às vezes não mesmo...
Eita, vocês não vão me visitar também?
Beijos
Lu

Unknown disse...

perdao linda, nem pensei nisso, vo jah!!!

Maria Gabriela disse...

Nossa adorei a reflexão, me fez lembrar de uma frase, o que não me lembro é quem é o dono dela: "deixe seu escravos sonharem, isso os saciam a sede de liberdade".