segunda-feira, 28 de julho de 2008

Perdendo o controle...(continua)


"Onde estávamos, para não saber em que momento a cidade ficou tão fria? Para não sabermos em que momento escureceu? Para onde foram todos?
Onde se começa e onde se encerra? Onde estão os velhos dizeres, mal ditos velhos dias que só deixaram saudades. E a exuberância dos olhos negros, que fitavam a luz da manhã, tão quentes, onde estão as auroras??
Nem sangue, nem medo, nem lágrimas, nem música, nem eu, nem você. Será que tudo mudou ou será que nada existiu?"
Teodoro Heidrun

...as vezes eu imagino... se tudo isso que vemos... tocamos...ouvimos... será que é tudo real?
a minha realidade...é a mesma que a sua? meu branco...é seu branco? besteira...
mas não tenho a menor idéia de como responder essas perguntas...
esses são os males de pensar... pensar...pensar...conhecer...saber...entender...
vale mesmo? dizem as más línguas que o conhecimento é a única "coisa" que não nos
podem tirar... mas se nos é negado o estudo...como poderíamos?! mas isto é outro assunto...
vale mesmo à pena ser inteligente? é a pior das drogas...quanto mais você aprende...
mais quer... mas sente fome... sendo que nunca ficará satisfeito...
se isolará... cairão as máscaras... ideologias... crenças...
ninguém lhe estenderá a mão... você cairá tanto... que será menos que um alcólatra...
você jamais ouvirá algo do tipo: "por que você não se junta ao grupo de Inteligentes Anônimos?",
"coitadinho...tão bonzinho...mas tão inteligente" ou até "nossa...tive medo que você ficasse intelogente..."
se bem...que... o outro lado é tão desagradável quanto...viver uma falsa felicidade...
com pareilheiras... ter a visão fechada... ter seu caminho a seguir... isso não quero...
EU FAÇO MEU CAMINHO!
tosco...torto...nem inteligente...mas também não com cabresto!
me recuso a responder àqueles questionamentos de Teodoro...com algo como " estava perdido
em livros"..." estava brincando de mundinho de barbie"...
por isso rasgo...dilacerarei meu caminho...com vontade de viver... com ímpeto...até o fim!
não só para não me ver me questionando daquele jeito...como se estivesse perdido numa
encruzilhada... mas para poder ser seguro de tudo que me transformei...
que mesmo mudando com o vento... indo com as ondas... mudando como as dunas...
eu ferva como o fogo! implacável... e em alguma altura qualquer da vida...
possa dizer como meu amigo poeta:
" Eu

Sou eu que lambo minhas próprias feridas,
sentindo o gosto de sangue
misturado ao sabor ácido do suor derramado
pelas lágrimas que ressecam minha alma.

Sou eu que exorcizo meus próprios fantasmas
com um sorriso sarcástico,
herança de meus antepassados.

Sou eu que a blasfemo dizendo coisas boas,
ditas da boca para fora,
encobrindo o gemido de dor
que jorra do coração.

Sou eu que olha para frente e vê o Sol se por
dentro de mim e encontra um Universo
onde sentir-se só não é sinônimo de solidão
quando se enxerga a beleza
nos olhos de quem se recusa a ver.

Sou eu.
Eu."
(meu poeta favorito, Marcos Poeta )