sábado, 18 de outubro de 2008

Caminhando contra o vento...

Em nova fase...mas ainda na mesma empreitada...
inebriado com minha nova vida...confesso que estou um tanto alheio aos pensamentos...
mas hoje vi a nova "nardoni"...contagem regressiva para a homenagem no youtube...
comunidades de "saudades" ou "luto" no orkut...
mas de coração...espero que não se repita...
não sei se ainda se lembram...mas em muitos lugares...ainda tem o segundo turno das eleições...
temos um país inteiro para cuidar... mas ainda sim nos restringimos à vida da vizinha...
à novela das nove...entre muitos outros fatos imprescindíveis para o desenvolvimento social...
para a educação super completa...e a saúde impecável do nosso país...querido Brasil...
e Brasil que por sinal é colocado como última opção no planejamento da carreira de qualquer
artista... porque artista que não tem (o tão famoso) Q.I.(quem indica) para conseguir trabalhar
para a (maldita) televisão popular(porque educativa ainda sim é difícil)...rala...e rala muito...
Pouca gente sabe...mas os músicos brasileiros (mas músicos de verdade, quem estuda, não quem compra revistinha na banca e sai socando o violão) são muito bem requisitados...
os poetas mais talentosos...os artistas mais criativos...

talvez...fosse bom abrirmos a cabeça...ou olhar para aquilo que dizem ser "coisa de bichinha"...
ja passou da hora de tirar as parelheiras!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Poeta

Eu vivi uma vida de poeta, mesmo antes de ter vida. Mas meus poemas se foram voar, porque eu lhes dei asas. Um dia voltarão, mas para fim imediato da minha solidão, me resta viver por outros. Pena que eu tenha descoberto isso tão tarde, e já tenha passado por um longo período de isolamento. Perdi meus poemas quando perdi meus amigos, e era bem assim que tinha que ser. E eu não sei bem se vale a pena recomeçar, porque há tantas coisas implícitas nisso. Não creio possível recomeçar coisas que se perderam, mas recomeçar o processo de reconquistá-las, sem dúvida, é possível. Talvez nem funcione, mas dos acertos se tiram soluções e dos erros se tiram lições. Sou lecionada. Basta-me o recomeço. Talvez em outro lugar, talvez outra hora, talvez agora.

Será que todo recomeço está diretamente ligado a permanência? Porque, logicamente falando, se há um recomeço é porque um outro começo não foi bem sucedido em seu desenvolvimento pós-começo e, portanto, repetir o processo do começo anterior seria o mesmo que repetir o seu efeito e, portanto, continuar sendo mal-sucedido. Será bem assim, ou será mesmo minha paranóia, ou paranóia da minha alma preguiçosa? Eu sei bem que tudo mudou, nem eu mesma sou eu mesma, ou sou a mesma. Mas eu sinto uma necessidade desmedida de permanecer em igual situação (redundantemente), para que meu recomeço faça surgir em mim os mesmos sentimentos que um dia eu tive pela vida, para que possam acontecer novamente as mesmas comiserações a respeito de tudo aquilo que não é o mesmo.

De certa forma meus poemas congelavam o tempo morto, e me serviam de vitrine quando a memória se recusava a acreditar no passado, quando em mim as coisas não pareciam tão lúcidas. Mas perdi meus poemas e perdi meu tempo congelado e minhas lembranças da forma como eu gostava de me lembrar delas. As lembranças que ainda vagam me eclodem exatamente como aconteceram, já não tendo tanta graça lembrar delas, já não tendo tanta emoção. Confiei tanto em meus poemas para transformarem meus momentos, que esqueci de transformá-los de fato. Esse é o mal dos poetas. Não que eu seja poeta. Acho mesmo é que sou atriz, e finjo de tal forma que sou poeta que meu poema acredita. Ou talvez eu seja só uma mentirosa que minto ser atriz que mente ser poeta; e minto de tal jeito que eu mesmo creio que sou de fato quem, de fato, não sou.